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domingo, 27 de dezembro de 2015

Vicente Franz Cecim Vida Cósmica (II)

















Van Gogh: “Noite Estrelada”





O céu nos mente em nossa infância!
Sombras da prisão começam a se fechar
sobre o jovenzinho que cresce.
WILLIAM WORDSWORTH


         Na Sim passada iniciamos este diálogo:com Stanislav Grof e suas descobertas através da prática do que chama Respiração Holotrópica. Consideramos que os espíritos estariam mais abertos nestes climas de mudança de ano para refletirmos sobre o que somos e como vivemos e, quem sabe, iluminar os caminhos para que o próximo ano nos traga realmente alguma coisa de novo. Não podemos resumir o que já foi dito. Mas o próprio Grof faz isso para nós, quando, em seu livro O Jogo Cósmico/The Cosmic Game, diz: - As observações dos estudos dos estados holotrópicos confirmam o princípio básico da filosofia perene de que a qualidade de nossa vida depende em última análise do que pode ser chamado de “inteligência espiritual”. É a capacidade de conduzir nossa vida de tal maneira que ela reflita um profundo entendimento filosófico e metafísico da realidade e de nós mesmos. Isso, é claro, desperta questões a respeito da natureza da transformação psico/espiritual que é necessária para se adquirir essa forma de inteligência, da direção das mudanças que temos que sofrer e dos meios que podem facilitar tal desenvolvimento.  Grof aponta para um céu não sombrio, mas aliado do jovenzinho de Wordsworth, para que cresça se acrescentando Luz. O que, Sim, está ao alcance dele, desde que passe a viver, interiormente, sua Vida Cósmica.
            Encerremos este nosso diálogo, aqui, com Grof. Mas que tal você prosseguir com o livro dele?


Diálogos com Stanislav Grof: Rumo à natureza divina do mundo
       
            O mundo no qual vivemos tem muitas características que a Consciência Absoluta em sua forma pura não possui, tais como a pluralidade, polaridade, materialidade, mutabilidade e impermanência. O projeto de criação de um fac-símile que é a realidade material dotada de tais propriedades é executado com uma tal perfeição artística e científica que as unidades projetadas de consciência da Mente Universal acham-no inteiramente convincente e consideram-no como real.
            Na expressão extrema de sua arte, representada por um ateu, o Divino é realmente bem sucedido ao sugerir argumentos não apenas contrários à sua participação na criação, mas também contra sua própria existência.
            Uma das estratégias importantes que ajudam a criar a ilusão da realidade material ilusória é a existência da feiura e da banalidade. Se todos fôssemos seres etéreos radiantes, retirando nossa energia vital diretamente do sol e vivendo num mundo onde todas as paisagens parecessem com o Himalaia, Grand Canyon e com as ilhas despoluídas do Pacífico, ficaria muito óbvio que somos parte de uma realidade divina. Similarmente, se todos os edifícios do nosso mundo parecessem com a Alhambra, com o Taj Mahal, Xanadu ou com a catedral de Chartres, e nós fossemos rodeados por esculturas de Michelangelo e ouvíssemos só músicas de Beethoven e Bach, a natureza divina do nosso mundo seria facilmente discernível.
            (...)
            Em todos os níveis da criação, com exceção do Absoluto, a participação no jogo cósmico exige que as unidades de consciência esqueçam sua verdadeira identidade, que assumam uma individualidade separada e que percebam e tratem os outros protagonistas como fundamentalmente diferentes de si mesmas. O processo criativo gera muitos domínios com características diferentes e cada um deles oferece oportunidades únicas de refinadas experiências da consciência. A experiência do mundo da matéria bruta e a identificação com um organismo biológico vivendo nesse mundo é apenas uma forma extrema desse processo universal. A maestria com a qual o princípio criativo está apto a retratar os diferentes reinos da existência parece fazer a experiência dos papeis envolvidos tão convincentes e críveis que é extremamente difícil detectar sua natureza ilusória. Além disso, as possibilidades de ser superada a ilusão da separação, experienciando a reunificação com a fonte são associadas a extremas dificuldades e ambiguidades complexas. Em essência, nós não temos uma identidade fixa e podemos experimentar a nós mesmos como qualquer coisa no continuo desde o eu corporificado até a Consciência Absoluta. A extensão e o grau de livre escolha que temos como protagonistas nos diferentes níveis do jogo cósmico, decresce à medida que a consciência desce do Absoluto até o plano da existência material e cresce no curso da viagem do retorno espiritual. Desde que por nossa própria natureza somos seres espirituais ilimitados, entramos no jogo cósmico na base da livre escolha e ficamos presos pela perfeição com a qual ele é executado. 




SIM VII VICENTE CECIM série diálogos:com

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